Descrição para cegos: poster do filme traz uma foto de um rosto
feminino sendo parcialmente coberto por um tecido,
também contendo o nome "Flor do Deserto" em destaque.
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Por
Laís Suassuna
Lançado
em 2010 e dirigido pela americana Sherry Hormann, o longa-metragem Flor do Deserto (Desert Flower, em
inglês) conta a história real da modelo somali Waris Dirie, interpretada por
Liya Kebede, que aos 12 anos fugiu de seu país natal procurando se livrar de um
casamento arranjando, e em busca de melhores condições de vida.
Narrando
a trajetória de Waris desde o início de sua viagem conturbada pelo continente
africano até sua chegada em Londres e ascensão como modelo, o filme aborda
diversos temas sociopolíticos e culturais que afetam o cotidiano de mulheres em
todo mundo, e principalmente na África.
O
ponto central do longa encontra-se no momento em que a protagonista revela que
ao três anos de idade foi vítima do ato de mutilação genital, prática de
remoção parcial ou total dos órgãos genitais externos femininos, que é tida
como tradição em mais de 30 países espalhados pela África, Oriente Médio e
Ásia.
A
história de Waris não é um caso a parte. De acordo com dados divulgados em fevereiro
deste ano pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), a mutilação
genital feminina, que é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
como uma violação dos direitos humanos, afeta a vida de aproximadamente 200
milhões de mulheres em todo mundo, em que quase 50% são meninas de 14 anos ou
mais novas.
Procurando
evitar a ocorrência de novos casos e auxiliar meninas e mulheres que possuem
histórias como a de Waris, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou a
partir deste ano, o dia 6 de fevereiro como o Dia Internacional da Tolerância
Zero à Mutilação Genital Feminina, realizando palestras e intervenções focadas
em alertar e conscientizar a população sobre um problema ainda tão presente na
sociedade atual.
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