Descrição para cegos: Fotografia exibe a hashtag #NiUnaMenos ao lado de um desenho de uma menina, ambas estampadas na bandeira da Argentina. |
Por Laís Suassuna
A cada 30 horas uma mulher é morta na Argentina, segundo a ONG La Casa del Encuentro. No dia 8 de outubro de 2016, a adolescente Lucía Perez, de 16 anos, que foi drogada, estuprada e empalada por um grupo de homens em Mar del Plata, cidade litorânea da Argentina, virou estatística.
Os assassinos, três homens de 23, 41 e 61 anos, depois da ação desumana realizada com a jovem, tentaram disfarçar as marcas do crime limpando-a, vestindo roupas limpas e deixando-a no hospital, onde Lucía não resistiu aos graves ferimentos e morreu, ao sofrer uma parada cardíaca, pouco tempo depois.
O brutal assassinato da jovem ecoou na Argentina, comovendo a população e ocasionando uma onda de debates e protestos sobre feminicídio. Iniciando um movimento com a postagem do coletivo #NiUnaMenos (nenhuma a menos) nas redes sociais, as mulheres argentinas se mobilizaram em Buenos Aires na última quarta-feira, se vestiram de preto e pararam suas atividades por uma hora para denunciar o machismo, a misoginia e os mais de 170 casos de feminicídio que já ocorreram na Argentina este ano.
Após mobilização nas redes sociais, vários países da América Latina aderiram ao movimento e passaram a utilizar as hashtags #NiUnaMenos, #MiércolesNegro (referente ao dia 19 de outubro) e #VivaNosQueremos. Feminicídio, assassinato motivado apenas pela vítima ser mulher, é uma realidade gritante e uma questão que atinge grande parcela dos países no mundo.
Não se pode deixar que casos como o de Lucía Perez caiam no esquecimento. Portanto, gritar, protestar, debater e questionar é preciso até que as mulheres possam sair na rua sem medo de virarem mais uma morte a ser lamentada.
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