segunda-feira, 8 de junho de 2015

Pela liberdade de ser mulher em público


Descrição para cegos: imagem foca numa  parte de uma calça parcialmente molhada. 
Tereza Figueiredo

Uma mulher deve poder circular livremente, sem que seja assediada, independentemente dos trajes que vista. Infelizmente, esta realidade ainda parece estar distante em nosso país e um exemplo disto é o que ocorreu há algumas semanas, quando uma jornalista, ao descer do metrô, notou sua calça molhada de ejaculação de outro passageiro. 

O modo como uma mulher se veste, ou o comportamento que adota, ou ainda sua beleza, são atributos seus e devem ser respeitados, pois fazem parte de sua privacidade, de seu íntimo. Mulheres não são produtos “à mostra”, tampouco se portam para satisfazer ao imaginário masculino.
O mais vergonhoso, entretanto, é a postura adotada pela sociedade em relação à vítima: total normalidade. O funcionário do metrô, procurado pela jornalista na tentativa de localizar o suspeito pelo fato, desculpou-se e disse “não poder fazer nada”, não tendo nem mesmo se oferecido para acompanhá-la à delegacia.
Esse comportamento omisso permite que episódios desse tipo se perpetuem corriqueiramente e a vítima, além de ter sua intimidade violada publicamente, muitas vezes ainda é culpada pela opinião pública por usar roupas provocantes, ter um comportamento extrovertido ou simplesmente por ser mulher.
O homem, fazendo jus à sua natureza de animal racional, deve “conter” tais instintos – se é que se pode chamar este tipo de comportamento extremamente reprovável de instinto – pois estes não são naturais, intrínsecos à sua condição ou sexo biológico, mas se perpetuam diante da omissão coletiva da sociedade em que vivemos.

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