segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Seminário discutiu violência contra a mulher negra

Descrição para cegos: quatro integrantes do seminário sentadas à mesa do evento. Da esquerda para a direita: Priscila Estevão, Durvalina Rodrigues, Terlucia Silva e Roberta ischultis. 

Por Vandicleydson Araújo


       O seminário 10 anos da Lei Maria da Penha: interfaces entre o racismo e a violência doméstica foi realizado no Auditório do Centro de Ciências Jurídicas na Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, na tarde da última sexta-feira. O evento foi promovido por uma série de entidades ligadas à luta das mulheres negras como a Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras e a Bamidelê - Organização de Mulheres Negras, coordenado por Tatyane Guimarães (Rede de Mulheres em Articulação na Paraíba) e Anadilza Maria Paiva (Cunhã – Coletivo Feminista). Em entrevista, Tatyane falou sobre os principais pontos do seminário:




       O seminário foi aberto com a performance Desenrolar, de Fernanda Ferreira, com direção de Bertrand Araújo. Abaixo um trecho da performance:


Em seguida, a médica Jurema Werneck, Coordenadora da Organização Criola, do Rio de Janeiro, proferiu palestra na qual questionou o fato de no Brasil o enfrentamento ao racismo e à violência contra as mulheres negras não ter sido tratado com centralidade pelas políticas públicas e a própria Lei.
De acordo com ela, a violência contra a população negra e as mulheres negras “precisa ser enfrentada do ponto de vista estrutural, do contrário, as mulheres negras continuarão sendo mortas e violentadas todos os dias”.
Jurema Werneck apresentou dados do Mapa da Violência os quais demonstram que os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. Enquanto, no mesmo período, o número de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747 em 2003 para 1.576 em 2013. Em 2013, 13 mulheres foram mortas por dia no país, em média, um total de 4.762 homicídios.


- O Brasil é um país extremamente violento. Mata meninos e meninas e mata mulheres. E isto não é natural. A luta das mulheres mostrou isto para a sociedade –afirmou Jurema Werneck.

Ouça o áudio a seguir.

A roda de diálogo seguinte foi composta de integrantes do movimento feminista, pesquisadoras e gestores e gestoras públicas. Priscila Estevão (Fórum da Juventude Negra), Durvalina Rodrigues (Abayomi), Terlucia Silva (Bamidelê e AMNB) e Roberta Schultz (Semdh/PB) aprofundaram a discussão sobre o tema e as estratégias de enfrentamento da violência doméstica no âmbito local.
A mediação do seminário foi de Luciana Cândido (Cunhã).

Em entrevista, Terlucia Silva destacou a luta do movimento feminista e a trajetória da Lei Maria da Penha.

Descrição para cegos: foto mostra a palestrante Terlucia sentada, com um microfone com a mão direita. 
A realização do Seminário resultou de uma parceria entre Cunhã Coletivo Feminista; Bamidelê - Organização de Mulheres Negras; Grupo Marias; Centro de Referência de Direitos Humanos da UFPB; Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras; Rede de Mulheres em Articulação da Paraíba; Grupo Maria Quitéria; Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão sobre Serviço Social e Políticas Públicas para as Mulheres (GEPESS/UFPB); Articulação de Mulheres Brasileiras e Articulação de Mulheres Negras Brasileiras.

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