Descrição para cegos: desenho da Mulher-Maravilha sentada ao lado de uma menina, com a mão em sua cabeça. |
Luan Alexandre
A escolha da Mulher Maravilha para ser a
embaixadora honorária das mulheres e meninas na ONU tem gerado debates. Primeiro,
defende-se a tese de que o personagem é um símbolo da luta das mulheres por ter
ganhado destaque em um mundo de quadrinhos e HQs dominados por homens.
Durante muito tempo, heróis masculinos
foram as figuras centrais nessa plataforma, e as mulheres eram apenas
coadjuvantes das histórias: se não estavam esperando ser salvas pelos super-heróis,
estavam em algum núcleo inferior da trama, cumprindo papel de suporte do
protagonista.
Nesse cenário, a Mulher-Maravilha ganhou o seu próprio protagonismo ao longo do tempo com histórias focadas em sua personagem. Virou um símbolo das meninas que assistiam e liam DC Comics, que começaram a se ver representadas por um ícone feminino.
Por outro lado, outras questões foram
levantadas. Uma petição contou com mais de 2 mil assinaturas de pessoas que queriam a revogação da
decisão de a heroína representar as mulheres na ONU. Para elas, é bastante
falho colocar um personagem de desenho para representar pessoas reais: não há
luta suficiente na personagem para isso, pois mulheres reais precisam de uma
representante real.
Será
que a questão de violência e desigualdade de gênero é tão utópica assim, para
que a representante nessa luta seja um personagem que não existe na realidade?
De acordo com um trecho da petição:
"Uma mulher branca peituda de proporções impossíveis, seminua em um
pequeno e justo macacão com uma bandeira americana" não é uma porta-voz
apropriada para a igualdade de gênero.
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