Descrição para
cegos: foto do tenista Maxime Hamou beijando a repórter Maly Thomas, que está à
sua esquerda. À direita está um fã que sorri olhando a cena.
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Por
Vitor Feitosa
O
tênis é um esporte de damas e cavalheiros. Os atletas das categorias masculinas
e femininas costumam prezar pela honestidade, respeito e jogo limpo nas partidas.
São regras não escritas que já estão incorporadas ao manual desse esporte tão
tradicional, e qualquer atitude que fuja a isso é vista com maus olhos.
No torneio de Roland Garros em Paris
(um dos quatro principais do circuito mundial de tênis), entretanto, foi o
comportamento fora das quadras de um tenista em especial que chamou a atenção.
A repórter Maly Thomas, do canal Eurosport, fazia uma entrevista ao vivo com o
francês Maxime Hamou, de 21 anos, que acabara de ser eliminado do torneio,
quando ele a abraçou e tentou beijá-la por várias vezes. Por estar ao vivo,
Maly – visivelmente incomodada – tentou discretamente se livrar de Hamou, até
que ele a soltasse.
A
organização de Roland Garros puniu o atleta retirando sua credencial de entrada
no torneio, que termina apenas no próximo dia 12. A medida foi mais do que
correta, e talvez coubesse até mesmo uma multa ao tenista. Mas o ponto a ser
discutido é: por que atitudes como essa continuam a acontecer? Hamou certamente
se aproveitou de sua posição privilegiada como atleta e achou que poderia fazer
esse tipo de “brincadeira”. Só que a desculpa da brincadeira muitas vezes traz
consigo um ato de assédio sexual disfarçado, como foi o que ocorreu no caso
descrito.
Infelizmente
as mulheres estão sujeitas a isso independente de qual seja o lugar – na rua,
em casa ou no trabalho. Maly Thomas, inclusive, estava no exercício de sua
função como repórter quando foi assediada. Isso acaba tornando ainda mais grave
a atitude do tenista, que desrespeitou não apenas a mulher, mas também a
jornalista. Maxime Hamou naquele momento provavelmente não pensou se ela tinha
namorado, marido ou filhos, e que ao ver tal cena eles ficariam envergonhados e
preocupados.
Com tal ação, Hamou acabou por
prejudicar a própria imagem publicamente, e ficará lembrado por muito tempo por
esse episódio. Toda essa repercussão serve de aprendizado e de alerta não só
para o atleta, como para a sociedade em geral, porque esse problema é muito
mais profundo do que a situação sugere. E fica o questionamento: será que esse
desejo é tão “insaciável” assim ao ponto de precisar satisfazê-lo a todo custo?
Pode apostar que não.
Assista
ao vídeo do assédio sofrido pela repórter clicando aqui.
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