terça-feira, 26 de março de 2019

Um olhar sobre a segurança digital feminista



Fonte: (http://blogueirasnegras.org/guia/)
Decrição para cegos: Animação de duas mulheres usando a internet, a da esquerda pelo tablet e a da direita pelo computador. No centro da imagem temos as frases "autocuidado na rede", "curto e compartilho" e "para não deixar brechas para embuste, leia nosso guia."
Por Mônica Barros


     Desde que a chamada “explosão das redes sociais”, principalmente as imediatistas como Whatsapp, Snapchat e Instagram, aconteceram inúmeros casos de assédio virtual, difamação, exposição de fotos íntimas, entre outros tipos ataques direcionados às mulheres. A construção social de vulnerabilidade política e sobretudo moral das mulheres, faz com que nesses espaços estejamos sujeitas a diversos tipos de violência, inclusive as já naturalizadas no dia-a-dia.

     Ao mesmo tempo em ataques virtuais seguiram acontecendo, o movimento feminista ocupou a internet de diversas formas, criando espaços de acolhimento e propostas de combate a violência virtual contra a mulher. Recentemente a Universidade Livre Feminista, junto com o coletivo anarquista Maria Lab, SOS Corpo e apoio do Global Fund for Women, desenvolveram cursos e cartilhas de segurança digital feminista, com tutoriais e dicas de proteção contra ataques, comportamentos nas plataformas, e direcionamento para a articulação de redes de apoio virtual de fortalecimento de mulheres.


     A ação desenvolvida é de grande importância para o movimento feminista, após a assustadora onda de criminalização dos movimentos sociais e coletivos que defendem os direitos humanos. No Brasil a onda se intensificou em 2013 e tomou uma proporção maior após o golpe que retirou o poder da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016. O sendo o golpe foi a própria manifestação da cultura patriarcal na qual estamos inseridas, que persegue e desmoraliza mulheres que se empoderam e assumem posicionamento político.


     A oficina em João Pessoa aconteceu em outubro do ano passado (2018), com articulação do Cunhã Coletivo Feminista. A ação foi realizada durante uma tarde com roda de conversa e formação para mulheres que atuam na militância. As cartilhas e dicas compartilhadas na oficina, também estão disponíveis no site da Universidade Livre Feminista, e está disponível para download; além disso, no mesmo site, estão disponíveis cursos de formação feminista para todas gratuitamente.
  

Créditos: Cunhã Feminista
Descrição para cegos: Mulheres reunidas se abraçando em circulo.


     Em um momento de tensão política em que vivemos, é preciso articular redes de segurança e apoio entre mulheres, e priorizar o debate da segurança digital e adotar as práticas e comportamentos que venham nos fortalecer no campo virtual, para que as nossas pautas e direitos não sejam atingidos.

terça-feira, 19 de março de 2019

Mulheres (Trans)formadoras da política

Descrição para cegos: Alexya Salvador, Érica Malunguinho, Duda Salabert e Jaqueline Gomes. Mulheres transexuais que concorreram às eleições, pela primeira vez, na história da política brasileira em 2018. Foto: Divulgação



Por Mônica Barros
       O Brasil é um dos países que mais mata travestis e mulheres trans, em razão desse dado assustador, a sobrevivência e ocupação dos espaços sociais e de poder por esse grupo, é um importante fator de resistência e transformação do poder político.
       Em reportagem para a Ponte Jornalismo, Paloma Vasconcelos relata suas entrevistas com quatro mulheres trans, que foram candidatas nas eleições de 2018Alexya Salvador, Érica Malunguinho, Duda Salabert e Jaqueline Gomes; elas concorrem pela primeira vez a cargos de poder político, para falar de suas pautas e principais atuações no campo da educação e ativismo LGBTs.
       As entrevistadas se posicionaram sobre suas principais propostas de trabalho, trajetória de luta e resistência dentro da educação, e de como a vivência marginalizada e vulnerabilizada dos seus corpos ampliam sua perspectiva sobre as opressões reproduzidas pelo nosso sistema social.

Para acessar a reportagem completa da Ponte Jornalismo, clique aqui.

sexta-feira, 15 de março de 2019

A Seletividade Penal da Lei de Drogas às Mulheres Negras, pobres e usuárias

Abordagem policial grosseira de duas mulheres negras, no Cais de Santa Rita, em Recife-PE
Por Mônica Barros
Ao falarmos da violência direcionada às mulheres pelos mecanismos estatais e da construção machista no qual estamos inseridas, precisamos atentar ao recorte de classe e raça que, dentro do nosso estado, construído em alicerces coloniais, intensifica a perseguição e violência aos corpos das mulheres negras e travestis marginalizadas.