Descrição para cegos: na imagem, uma mulher caminha no meio da estrada no
campo, puxando duas vacas.
Quando se fala de
mulher de negócios o que vem na sua mente? Não me diga, permita-me adivinhar...
A probabilidade de que você veja uma mulher branca, de camisa branca, bem
passada, saia canudo e scarpin, é provavelmente maior do que o real modelo da
mulher de negócios, da mulher brasileira que trabalha todos os dias
empreendendo, cuidando da casa, e da família.
A descrição que eu
acabei de te passar não é resultado de nenhum truque de adivinhação, mas é na
verdade a resposta de um clique. Um clique na ferramenta de busca do Google,
pesquisando no banco de imagens a frase “mulher de negócios”. Este é o
estereótipo ideal e verídico, de acordo com uma dos maiores websites de buscas da
internet. Você concorda?
Para mim, a mulher de
negócios é a minha avó, que nasceu e trabalhou a vida inteira debaixo do sol da
Caatinga, lá no sertão de Pernambuco. Ela não usava salto alto, muito menos
camisa branca bem passada. Dona Lilia é empreendedora desde sempre, mulher do
campo, dona de casa, no sentido literal da expressão.
Quantas mulheres grandes
de história você conhece? Muitas existem. Elas estão por todos os lados,
ignoradas pelo estereótipo cruel de perfeição e sucesso de vida, criado por uma
sociedade que acredita muito pouco na sabedoria da mulher do campo, da mulher
indígena, da mulher negra, e de tantas outras minorias que não se encaixam no
padrão de mulher empoderada de filme norte-americano.
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