quarta-feira, 6 de maio de 2015

Igreja que interpreta Bíblia à luz dos direitos humanos realiza casamento comunitário gay na Paraíba

Descrição para cegos: Vários casais homoafetivos em abraço coletivo
dentro da igreja da comunidade metropolitana. Ao fundo cartazes com
a sigla ICM que consiste no nome da igreja.

Por Tereza Figueiredo

O mês de maio, conhecido como “mês das noivas”, é marcado pelo grande número de celebração de matrimônios. Em João Pessoa, maio será palco de um casamento comunitário não usual: as pessoas que se casarão são do mesmo sexo.
O matrimônio coletivo, previsto para o dia 29, será realizado na Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), pelo pastor Clísten Corgellys e pelo reverendo Igor Simões, e contará com a presença de um tabelião, para que as uniões, além dos efeitos religiosos, também gerem efeitos legais.
Fundada em 1968 pelo Reverento Troy Perry, nos Estados Unidos, a Igreja da Comunidade Metropolitana está presente em mais de 50 países e prega o amor inclusivo de Deus a partir da integração entre espiritualidade e sexualidade, incentivando a liberdade e criatividade de seus membros.
Assim, a Igreja da Comunidade Metropolitana propõe-se a lançar um novo olhar sobre os textos bíblicos, afirmando que sua interpretação tem que ser realizada em consonância com a atualidade e com os direitos humanos, pois só assim é possível combater a discriminação contra as mulheres, os homossexuais e os negros, categorias que foram prejudicadas ao longo da História devido a uma leitura opressiva da Bíblia.
A luta pela igualdade de direitos e pela liberdade de gênero e sexual é a bandeira ostentada por essa igreja evangélica, a qual, diferentemente da maioria das religiões, além de promover a necessidade de proteção e inclusão da mulher, permite que esta assuma altos postos em sua hierarquia.
Convidado pelos mais diversos meios de comunicação paraibanos nas últimas semanas para prestar declarações sobre a Igreja da Comunidade Metropolitana e o evento do dia 29 de maio, o pastor deixou claro que pretende realizar a cerimônia conforme previsto, apesar das ameaças de morte e das mais diversas agressões verbais que tem sofrido, ressaltando ainda que a igreja é aberta a todos, não apenas aos gays, e que a diversidade sexual é apenas uma das lutas que a ICM trava, não podendo seu trabalho ser resumido apenas a isto.
Para mais informações sobre a Igreja da Comunidade Metropolitana e sua atuação no Brasil, visite o site oficial da instituição .

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