segunda-feira, 15 de junho de 2015

A morte do Ken Humano e a ditadura da beleza no universo masculino


Descrição para cegos: selfie no espelho de Celso Santebañes
segurando um boneco Ken e olhando para si mesmo.

Por Tereza Figueiredo


Embora muitos acreditem que a ditadura da beleza é assunto ultrapassado, restrito apenas ao universo feminino, e que há uma maior tolerância para os mais diferentes biotipos na atualidade, episódios como o falecimento de Celso Santebañes na semana passada, o Ken humano brasileiro, mostram que essa discussão é mais do que atual.
           Celso Santebañes morreu aos 20 anos, em decorrência de leucemia, doença que descobrira recentemente ao realizar exames para investigar reações a aplicações de hidrogel em seus músculos. Entretanto, o mais triste é saber que o jovem, que se submeteu a diversas intervenções cirúrgicas ao longo da curta vida para se parecer com o boneco Ken, estava tão preocupado em atingir um padrão surreal de beleza que esqueceu, e muitas vezes colocou em risco, a própria saúde.
Infelizmente casos como o de Celso Santebañes não são exceção, mas se tornam cada vez mais frequentes, e nos alertam de que não apenas a mulher sofre a pressão da mídia para ser perfeita em padrões surreais, mas também o gênero masculino, colocado muitas vezes como opressor, é vítima da ditadura da beleza, cada vez mais bizarra e inatingível, além de perigosa ao bem-estar físico e psicológico e desafiadora da própria natureza humana.

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