quarta-feira, 15 de maio de 2019

Mulher de Negócios


Descrição para cegos: na imagem, uma mulher caminha no meio da estrada no
campo, puxando duas vacas.

Quando se fala de mulher de negócios o que vem na sua mente? Não me diga, permita-me adivinhar... A probabilidade de que você veja uma mulher branca, de camisa branca, bem passada, saia canudo e scarpin, é provavelmente maior do que o real modelo da mulher de negócios, da mulher brasileira que trabalha todos os dias empreendendo, cuidando da casa, e da família.

A descrição que eu acabei de te passar não é resultado de nenhum truque de adivinhação, mas é na verdade a resposta de um clique. Um clique na ferramenta de busca do Google, pesquisando no banco de imagens a frase “mulher de negócios”. Este é o estereótipo ideal e verídico, de acordo com uma dos maiores websites de buscas da internet. Você concorda?

Para mim, a mulher de negócios é a minha avó, que nasceu e trabalhou a vida inteira debaixo do sol da Caatinga, lá no sertão de Pernambuco. Ela não usava salto alto, muito menos camisa branca bem passada. Dona Lilia é empreendedora desde sempre, mulher do campo, dona de casa, no sentido literal da expressão.

Quantas mulheres grandes de história você conhece? Muitas existem. Elas estão por todos os lados, ignoradas pelo estereótipo cruel de perfeição e sucesso de vida, criado por uma sociedade que acredita muito pouco na sabedoria da mulher do campo, da mulher indígena, da mulher negra, e de tantas outras minorias que não se encaixam no padrão de mulher empoderada de filme norte-americano. 

terça-feira, 14 de maio de 2019

Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na ciência




Descrição para cegos: A imagem mostra uma mulher com as mãos no rosto, esboçando reação surpresa, em frente ao computador

Recentemente a ciência realizou um marco na história da astronomia. No dia 10 de abril de 2019 foi divulgada a primeira foto do que se entende como um buraco negro. A imagem circulou vários portais e veículos de comunicação de todo o mundo, mas a parte mais incrível dessa história, é contar quem foi a responsável por essa descoberta, Katie Bouman, mulher e cientista.

A descoberta chegou a ser criticada por pessoas afirmando que a foto mostrava apenas uma imagem embaçada, mas cientistas e estudiosos do mundo inteiro comemoraram o feito. Algo grandioso para os avanços da astronomia.

Para conhecer a história de Katie e entender como ela deixou todos os preconceitos machistas de lado, para viver uma carreira enquanto cientista, confira o texto da Revista Galileu.


segunda-feira, 13 de maio de 2019

Conheça as mulheres que estão atuando na luta por direitos através do Poder Legislativo


Descrição para cegos: A imagem é uma colagem de quatro fotos de deputadas federais. Da esquerda para direita vemos: Lídice da Mata sorrindo de perfil; Tabata Amaral gesticulando enquanto fala; Talíria Petrone posando com placa “abaixo essa mordaça” e Marília Arraes em pé com adesivos no peito e o título de eleitor na mão



O site da Revista Az Mina publicou uma matéria sobre as conquistas das mulheres na política brasileira. Divulgado logo após as eleições de 2018, o texto aponta os nomes de mulheres fortes que decidiram se arriscar na difícil tarefa de governar, liderar e representar seu povo.



Dentre elas, Tabata Amaral (PDT), eleita a sexta deputada federal mais votada do estado de São Paulo, Lídice da Mata (PSB), que atuou na constituinte de 1988, Talíria Petrone (PSOL) mulher negra, cheia de representatividade e Marília Arraes (PT), quarta mulher eleita deputada federal na história de Pernambuco.

Além do contexto político no Brasil, o site fala sobre como as mulheres têm conquistado espaços também no legislativo norte-americano. Acesse a matéria e conheça as parlamentares que lutam por mais igualdade, e conquistas das mulheres no Brasil e no mundo.


LÍDIA MOURA: ENTRE PAUTAS E POLÍTICAS

Entrevistada no simpósio de gênero da disciplina Jornalismo, Cidadania e Direitos Humanos, Lídia Moura chegou com seu tão conhecido sorriso largo e conversou com os estudantes sobre a profissão e como sua vida a levou a ocupar a Secretaria Executiva de Mulher e Diversidade Humana, do Governo da Paraíba.

Descrição para cegos: A Secretária Executiva da Mulher e da Diversidade Humana da Paraíba, Lídia Moura, e a professora da disciplina Jornalismo, Cidadania e Direitos Humanos, Glória Rabay sentadas em carteiras da sala de aula.

No início, ela compartilhou sua descoberta profissional enquanto estudante, com apenas 12 anos já sabia que seria jornalista, isso a incentivou na busca de uma formação, dentro da universidade e profissional em diversos meios de comunicação- aqui ela reflete sobre a importância da participação política no Partido Comunista Brasileiro e toda a efervescência dos anos 80 em Brasília, cidade na qual residia na época.

A militância deu uma grande contribuição nos caminhos que trilhou, seja no PCB, sindicatos, Rádio Nacional da Amazônia, sempre ficou evidente em todos eles como ela levava a questão de gênero aos espaços, inclusive na criação de grupos feministas e fortalecimento de políticas públicas na Constituinte para que a Carta Maior também incluísse direitos às mulheres.

Chegou à Paraíba por causa de amor e ele, seu marido a apresentou Campina Grande, começando uma nova história para a comunicadora militante na rádio e na tvcom conteúdo direcionado à população que mais necessitava ser vista não como um número do ibope, mas alguém que precisava ser ouvido e respondido, mesmo resultando em desafetos. Assim, chegou a candidatura à Prefeitura de Campina Grande em 2004, não venceu, mas foi apenas o início de uma história de luta enquanto mulher em gestões de políticas públicas.

Trilhou a Coordenadoria de Assuntos Políticos de Campina Grande, a Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres, na Prefeitura de João Pessoa e hoje está no Governo do Estado, como Secretária Executiva da Mulher e da Diversidade Humana da Paraíba. 

Longo caminho que foi construído na luta pela equidade, segurança e direito das mulheres, algo que segue carregando como estandarte.

Quer ver os detalhes da entrevista? Assista a parte 1 e a parte 2.



domingo, 12 de maio de 2019

Projeto de Manuela D’Ávilla aponta vítimas de fake news e ensina como averiguar a notícia



Descrição para cegos: a imagem mostra um computador em cima de uma mesa, com várias

abas de notícias abertas, destacando o nome “fakenews” na tela.



O vídeo #03 do canal “E Se Fosse Você”, conta a história da deputada federal (PT), Maria do Rosário e sua relação com as Fake News. Enquanto mulher e política, a parlamentar é uma das maiores vítimas de notícias falsas no Brasil. Atacada por homens e mulheres, na rua ou através de suas redes sociais, Maria do Rosário, é a personagem da vida real, de uma história cheia de luta por mais igualdade, tolerância e direitos.

A ex-candidata à vice-presidente do Brasil, Manuela D’Ávilla, é a idealizadora do Instituto “E Se Fosse Você”, que luta para desmascarar e combater notícias falsas, através do debate e a produção de conteúdo.

Conheça mais sobre as fake news e descubra como checar as informações de uma notícia clicando aqui.

sábado, 11 de maio de 2019

Aprenda como identificar um relacionamento abusivo e liberte-se

Descrição para cegos: a imagem é um print do vídeo, com a legenda da fala de Joujout no momento "você pode ser abusa psicologicamente ou sexualmente".

A youtuber JoutJout explica de uma maneira dinâmica, como nós podemos identificar um relacionamento abusivo. É importante saber que, esse tipo de relação pode acontecer entre amigos, familiares, casais de namorados (as), chefe e empregado, entre outros.

O vídeo de Joujout é de quatro anos atrás, mas continua recebendo comentários até hoje, porque muitas mulheres se identificam, por relações passadas, ou vínculos que elas mantêm até o momento.

E por essa razão torna-se necessário explanar ao máximo, o que pode ser caracterizado por um relacionamento abusivo. Não é só abuso físico, é ciúme, constrangimento, chantagem emocional, dentre outros sinais... Ninguém tem o poder de mudar como o outro age ou se sente, mas todos podem repensar uma situação, procurar ajuda, e principalmente, libertar a si mesmo, das amarras desta relação. Confira o vídeo!

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Empoderamento feminino pela lente de uma mulher



Descrição para cegos: a imagem mostra alguns filmes negativos que eram utilizados por máquinas fotográficas antigas.


A colunista do site Hypeness, Mariana Dutra, faz uma lista de dez projetos de mulheres artistas, que lutam por seus direitos através da fotografia. Elas trabalham temas como sexualidade, cor, raça, religião, corpo e mídia, entre outros.  No texto, Mariana destaca e explica os trabalhos de profissionais de vários lugares do Brasil e do mundo.

Zanele Muholi, é uma das fotógrafas da lista. A sul-africana retrata empoderamento feminino através de personagens reais, mulheres negras e homossexuais. Os demais projetos representam a mulher de várias formas e contextos da sociedade, explorando aspectos socioculturais e religiosos.

Para conferir a lista completa, acesse aqui.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

WAPICHANA, KAIMEN MANAWYN!


Descrição para cegos: Joênia Wapichana, indígena, está de perfil olhando de frente para a
câmera que tira foto do seu busto.


Diversidade não é uma das características dos espaços políticos de poder, mas Joênia Wapichana desafiou isso e conseguiu chegar à Câmara Federal como a primeira mulher indígena eleita para a casa. Ela agradeceu seus eleitores com o título dessa matéria “kaimen manawyn” que significa “muito obrigada” na língua da tribo Wapichana.

Representando Roraima, ela entrou pra história da nossa jovem democracia, mas não foi a primeira vez que ela se tornou a pioneira em algo: se formar em Direito pela Universidade Federal de Roraima e também na University of Arizona, são exemplos disso.

Quer conhecer mais de sua história e suas propostas? A Assessoria de Comunicação da Funai a
entrevistou e disponibilizou.


OI, MENINAS, NO POST DE HOJE...

Descrição para cegos: uma mulher utilizando um computador enquanto segura um bebê apoiado na mesa.


Aqueles momentos de tédio que passamos o feed do facebook distribuindo likes, amei
e grr (esse último são para as besteiras que o presidente diz), de repente me deparei com um
vídeo da Blogueirinha e sua filhinha, Xay, com a seguinte legenda:

“Não julgo essa maternidade real! Dias de fúria de toda mãe!”

Estava em um grupo de mães e, pelos comentários, elas não sabiam quem as
personagens do post são. Logo, começaram as críticas e comparações com outras influencers
bem famosas e seus posts sobre a maternidade, principalmente com a clássica de que ser mãe
é uma benção e reclamar é um pecado.

Mães perfeitas, filhos perfeitos, fraldas e lookinhos do dia patrocinados, a vida que
todos os comentários do post desejavam.

200 e tantos comentários depois, vi um outro post no mesmo grupo:

“Meninas, não me julguem, mas hoje só queria conseguir rir de qualquer coisa. Meus filhos e
meu marido estão me deixando louca.”

A ESSÊNCIA DO NOSSO SAGRADO


Descrição para cegos: um grupo de mulheres abraçadas.


Divagamos tanto sobre “nos conhecer melhor”, há livros de autoajuda, músicas,
grupos em redes sociais e, até mesmo, anúncios publicitários que trazem essa ideia – uma real
necessidade diante de um mundo falocêntrico.

O Sagrado Feminino é um processo de autoconhecimento de nós enquanto mulheres
e as descobertas que fazemos ao nos tocar e tocar umas as outras. Tão complexo, traumas e
dores do passado ressurgem e começam o início da cicatrização de tantas feridas.

Acompanhe esse processo (e fique na vontade como estou) em uma matéria no Universia UOL.

PROTEGER E REEDUCAR: AS MISSÕES DE GABRIELA

Descrição para cegos: A Promotora Gabriela Mansur, em pé, atrás de sua mesa de trabalho que está cheia de papeis e objetos de escritório.


Sabemos que o sistema judiciário foi feito por homens e para homens, ou seja, ele sobrevive
diante da continuação da lógica machista perpetuada na sociedade, mas, em São Paulo, uma promotora de 44 anos vem se destacando ao quebrar esse status quo e, além de ser protagonista enquanto mulher, ela dá voz às vítimas das violências de gênero e trabalhar na reeducação do agressor.
Como a maioria das mulheres, ela se divide entre trabalho, família e ela mesma, mesmo sabendo
dos privilégios que têm, não abandona a empatia com quem tanto precisa de apoio diante da Lei Maria da Penha. Leia a matéria completa escrita por Maria Carolina Trevisan para a Revista Trip.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

MARIE CLAIRE, MINHA AMIGA DE INFÂNCIA

Descrição para cegos: capa da revista Marie Claire de 1997 com uma modelo usando maiô amarelo modelo asa delta


Lembro de ir no gabinete- é assim que chamamos salão de cabeleireiro, no Ceará, o
meu estado natal- acompanhar minha mãe em suas visitar pra pintar e escovar seus curtos
cabelos – o molde Fátima Bernardes estava em alta nos anos 90.

Criança inquieta eu corria de lá para cá naquela salinha apertada, um puxadinho da
sala da dona de casa, que intercalava cabelos com o jantar do marido, eis que encontrava as
revistas pra folhear, nenhuma em quadrinhos, pois, lá não haviam crianças além de mim. E
assim peguei minha primeira Marie Claire em 1996: uma mulher com sobrancelhas finas e boca
vermelha estava na capa, não lembro quem, mas não esqueço dessas duas características.
Via as roupas, as modelos, os casais, via tudo, pois abria as páginas com liberdade e
foi assim por vários finais de semana até o dia que minha mãe ouviu “O QUE É SEXO?” saindo
por minha boca e atravessando todos os ouvidos daquela pequena sala.

Fuxico, murmúrio, “isso não é coisa pra criança” todas falaram pra mim, “você não
vem mais comigo” disse minha mãe. E, assim, não tive mais minha leitura dos finais de
semana.

Hoje, 22 anos depois, a necessidade de buscar leitura sobre o machismo nas revistas
femininas, levou a mini-menina a lembrar da sua velha amiga de infância ao se deparar com
edições que não buscavam responder e, sim, em questionar o mundo ao seu redor, elas não
calam, ao contrário, nos fazem gritar por todas nós.Reencontrei minha velha amiga e ela fez
com que eu mesma me reencontrasse.

BATUCADAS CONTRA O PATRIARCADO

Descrição para cegos: três mulheres tocando, cada uma, seu instrumento de percussão.


Conhecidas por sua atuação na cultura paraibana, o grupo "As Calungas" são pioneiras do
movimento de mulheres percussionistas em João Pessoa. O grupo que iniciou sua história com 12 mulheres
batuqueiras, hoje, além de ter extendida sua quantidade, ampliou-se também sua atuação, já que elas
também promovem oficinas de música e produção dos instrumentos.

Ficou interessada em conhecer e se empoderar da música pra revolucionar com as batucadas?
Confere a matéria feita pelo Portal Brasil de Fato.

terça-feira, 7 de maio de 2019

LOLA: ENTRE REDES E ATIVISMO

Há pouco dizíamos que a internet era terra de ninguém, felizmente houve uma brusca
mudança e nós estamos marcando nosso espaço de discussão e engajamento para nossas
pautas. Assim, vemos a principal característica do ciberativismo feminista: utilizar a rede
mundial de computadores para compartilhar nossas opiniões, conquistas e necessidades
enquanto mulheres que se rebelaram contra o status patriarcal da sociedade a qual ainda
vivemos, um movimento que revela a modernização da militância de rua e a chance para que
diversas vozes possam ser ouvidas no mundo real, mas uma sempre me chamou atenção por
sua insistência em anos de escrita, denúncias, invasões de privacidade com sua família e
esperança nas mulheres. Ela é a Lola.



Descrição para cegos: Imagem em preto e branco com a foto de Lola usando uma camisa com
a frase “Lute como uma garota”


A professora Lola Aronovich foi a percussora desse movimento, com seu blog
“Escreva Lola Escreva”, ainda ativo e atualizado diariamente. Nele, além de comentar casos
atuais de machismo, misoginia e outras características da onda conservadora que caminham
com rapidez no país, ela faz denúncias contra espaços digitais nos quais criam e difamam
militantes de esquerda com a criação e divulgação de fake news. Com o passar dos
anos, novas plataformas foram surgindo e com elas novas protagonistas, mas Lola não perdeu
evidência e continuou a ser uma das vozes mais respeitadas nos locais de discussão de
gênero, por isso, as telas não foram suficientes para seu discurso e sua presença se tornou
recorrente em diversos eventos de discussão acerca do tema.

Lola é o olhar de luta, aquele que, muitas vezes, diante de tantas notícias ruins sobre
nossos direitos em constante regressão até a total suspensão, ressignifica a nossa própria
crença em continuar. Se Lola continua, nós continuamos juntas a ela.

CIBEREMPODERADAS


Descrição para cegos: mulheres sentadas na frente de computadores, prestando
atenção em uma aula.


A pesquisa de mestrado de uma socióloga e professora quantificou o que nós já vemos diariamente: o mercado de Tecnologia da Informação é o reflexo de uma sociedade que treina os homens para a resolução dos problemas e para as mulheres sobra os afazeres domésticos e maternos.

Diante dessa realidade que frisa a distinção de gênero nesse espaço, muitos coletivos se organizaram para democratizar o acesso à educação e no espaço de empreendedorismo em tecnologia, principalmente para combater a misoginia, o assédio e a desvalorização salarial. Veja mais nessa reportagem na AzMina.

segunda-feira, 6 de maio de 2019

PRAZER, EROTISMO EMPREENDEDOR



A triologia cinematográfica brasileira, “De Pernas pro Ar”, mostra o cotidiano de uma empresária da indústria de produtos eróticos, mas ali, ainda temos muitas adaptações quanto aos perregues que as empreendedoras do ramo passam no dia a dia.

Ianelli Lopes, uma administradora de empresas cearense, de 23 anos, mostra que, ser mulher, jovem e sem freios com tabus podem ser o combustível necessário para investir numa área que muitos ainda sentem vergonha em usufruir, como ela fala com a gente em entrevista para o Blog Cidadania em Pauta: Questões de Gênero.




Descrição para cegos: Ianeli sorrindo com sua beca preta no dia de sua formatura.



Juliana Lima: Como iniciou teu desejo em trabalhar com produtos eróticos?

Ianelli Lopes: Comecei porque minha mãe estava com problemas de saúde e eu precisava estar presente durante seu tratamento dela, em escritório não é possível fazer seu próprio horário.
A possibilidade de vender os produtos surgiu com um casal com o qual eu tinha uma relação, pois eles vendiam de forma pequena, sem clientes fidelizados, e ali vi a possibilidade de um negócio lucrativo. A margem de lucro era alta, mas a falta de divulgação limitava muito o contato entre o negócio e os clientes, então eu resolvi colocar em prática a minha formação em administração. O negócio foi crescendo, a mulher do casal pediu a separação de mim e continuei sozinha uma loja virtual com vendas pelo Instagram e a domicílio.

JL: É um mercado que está sobrevivendo pela atual crise?

IL: Tem crescido bastante, principalmente os produtos nacionais são de excelente qualidade, porém ainda enfrentamos a dificuldade da divulgação, porque as leis brasileiras limitam muito a propaganda sobre produtos eróticos - tanto que todos são vendidos como: cremes corporais, óleos corporais, geis corporais e massageadores corporais, nada pode ser direcionado ao sexo, por mais que a gente saiba seu real uso.
Sobre a crise, ela tem impactado muito nas nossas vendas, porque produto erótico é item de luxo e o poder de compra do trabalhador tem caído muito, então os primeiros negócios que caem são os micros como o meu.

JL: Sabemos que o mercado erótico é feito para homens, a partir do imaginário deles. Como as mulheres chegam até você?

IL: Hoje, a minha clientela é 70% feminina, 25% gay e os outros 5% são homens casados e/ou fetichistas.
Os homens são mais tímidos, acredito que por eu ser mulher e agir com naturalidade ao atender facilita nas vendas, já as mulheres têm mais facilidade de chegar e conversar comigo, mas a visão de muitas, sobre minha profissão, se divide em quem: não levar nosso trabalho a sério.

Nesse momento, Ianeli pediu uma pausa para beber água, com um semblante mais sério, retomou a fala para citar os casos de assédio que já passou durante as vendas:

IL: Muitos homens me procuram não pra comprar produtos, mas sim porque acham que é mais fácil me levar pra cama, usam a desculpa de comprar meus produtos pra experimentar comigo, então preciso exercitar um jogo de cintura pra saber quando é um cliente sério e quando é um que posso evitá-los sem me preocupar.
Sei que não sou a única a passar por essas situações, conheço outras mulheres do mesmo mercado relatam problemas parecidos, então o assédio é bem constante nesse meio, mesmo assim continuamos nossas vendas e não são esses casos que nos farão parar.


JL: Essa experiência, mesmo com os percalços, rendeu dicas para quem está iniciando no mercado erótico?

IL: Sim, as dicas básicas são: investir em produtos diferenciados, conhecer o que vocês estão vendendo, testar antes de oferecer para conhecer os benefícios, como funcionam e para que servem - o mercado produz muitos itens de higiene e saúde sexual - mas precisa tomar cuidado com entre o profissional e o pessoal, ninguém quer cliente lembrando de vocês na hora h, né?
O principal é ser sincero, isso é o verdadeiro fidelizador de clientes, mesmo que outros vendam mais barato, as pessoas compram pela confiança e segurança que o vendedor passa.

terça-feira, 30 de abril de 2019

Mulher indígena, resista!



Por Mônica Barros
Fonte: @oraisvi

Descrição para cegos: Colagem com fundo cor de rosa de uma imagem preto e branco de mulher indígena de perfil.

Pelo poder das folhas
que em nosso corpo traz a proteção ao benzer,
pela ancestralidade da aldeia
que na sua intuição sempre irá nascer
pelos ensinamentos que nossos curumins precisam
para no mundo do homem branco crescer

Resista!

Pela mãe natureza
que é sem igual com os traços da tua beleza
pela sabedoria que carregas na tua destreza
com tua cor, da terra
que faz nossa etnia eterna...

Resista

Demarque e ocupe nossas terras
esteja presente nos ciclos do verão e da primavera
dance um toré
se encha da força, devoção e sacralidade
de ser a força da natureza que és

Mulher, resista!

Palavras chave: Mulheres indígenas, resistência, direito das mulheres, abril vermelho, Mônica Barros

O monstro silencioso dos relacionamentos abusiv



Por Mônica Barros

Fonte: Google

Descrição para cegos: Mulher com as duas mãos na frente do rosto se protegendo de um possível ataque

Em matéria para a coluna psicoblog do G1, a psicóloga Joselene Alvim, publicou um texto sobre um monstro silencioso que sufoca a vida de muitas mulheres, os relacionamentos abusivos.

A matéria publicada significativamente no dia 8 de março, trás uma análise sintomática  comportamental do cotidiano de um relacionamento abusivo, e da dimensão corrosiva que ele pode tomar, disfarçado de ‘normalidade. Confira a matéria na integra clicando aqui.

Palavras chave: Relacionamentos abusivos, Mulheres, Direito das mulheres, psicologia, Mônica Barros

domingo, 28 de abril de 2019

Precisamos falar sobre transtornos alimentares


Por Mônica Barros


Fonte: Blog Quilombo Cibernético

Descrição para cegos: Mulher negra, magra, se pesando em uma balança, em frente ao espelho

As pressões sofridas pelas mulheres, devido ao padrão da magreza e branquitude, são fatores que as adoecem cada vez  mais . Uma pesquisa divulgada na Veja, em 2014, revelou que 77% das mulheres são propensas a distúrbios alimentares, um dado alarmante.

Ao abordar esse tema, é preciso entender os fatores externos que adoecem a mente de muitas mulheres na busca por atingir esse dito “padrão”. A estudante de Comunicação, Pryscila Galvão, produziu um relato pessoal enquanto uma mulher negra que foi vítima de bulimia.

No relato emocionante, Pryscila nos conta seus medos, traumas e principalmente como os fatores sociais cruzados (machismo e racismo) afetaram a sua saúde física e mental. Confira o relato completo clicando aqui



quinta-feira, 11 de abril de 2019

A representatividade das mulheres no cinema



Fonte: Metrópoles


Por Mônica Barros

O canal Brasil de Fato participou da cobertura do debate com as cineastas Yasmin Thayná, Laís Bodanzky, Marina Person e Lô Potili sobre a pauta Mulheres e Cinema. O vídeo tem o objetivo de discutir o protagonismo das mulheres no ambiente e produção do cinema brasileiro, levando em conta os dados do levantamento da Agência Nacional de Cinema (Ancine) realizado em 2016, que apontou uma quantidade baixíssima de obras dirigidas por mulheres.

O cinema é um dos seguimentos artísticos que mais reflete a construção desigual da sociedade, sendo protagonizado geralmente por homens brancos, enquanto a porcentagem de mulheres não ultrapassa os 17%.

Na entrevista, as cineastas discutem a importância de um cinema construído por e  para mulheres, principalmente no atual contexto político. Confira o vídeo completo clicando aqui.

Palavras chave: cinema brasileiro, mulheres, cinema, protagonismo, representatividade, direito das mulheres, Mônica Barros.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Flores Quilombolas

Por Mônica Barros 

O ensaio fotográfico Flores Quilombolas, retrata a diversidade e a expressão das mulheres da comunidade quilombola, Caiana dos Crioulos, localizada, no município de Alagoa Grande-PB.

As fotos foram registradas no evento, “Vivenciando Caiana”, tradicional festa oferecida pela comunidade para turistas da região. Apesar das dificuldades que a comunidade vem enfrentando com a falta de infraestrutura, as mulheres seguem floreando com seus sorrisos.






Descrição para cegos: Foto preto e branco de três moças negras sorrindo, com camisetas regatas e turbantes floridos


 

Descrição para cegos: Foto preto e branco de uma mulher negra sorrindo com vestido e cabelo trançado dentro da escola


Descrição para cegos: Foto preto e branco de uma moça negra com cabelo curto e óculos, dentro da sala de aula. Cadeiras ao fundo

 Descrição para e cegos: Foto preto e branco seis mulheres negras juntas e sorrindo na quadra poliesportiva da comunidade. Da esquerda para direita, quatro delas com camisas brancas, e as demais com camisas diferentes

 

Descrição para cegos: Foto preto e branco de Luciene Tavares, mulher negra presidente da associação de moradores da comunidade.



Descrição para cegos: Três meninas negras. Da esquerda para a direita, da mais alta para a mais baixa. Todas com regatas pretas e turbantes
 

Descrição para cegos: Senhora de idade negra, com óculos e suas guias, na frente de uma parede

Descrição para cegos: Mulher negra sorridente mostrando os acessórios que vende na feirinha de mulheres da comunidade


Palavras chave: quilombolas, mulheres negras, resistência, feminismo negro, diversidade

terça-feira, 2 de abril de 2019

A condição cruzada das Mulheres Negras no mercado de trabalho



Descrição para cegos: Jurema Werneck, mulher negra, articulando as mãos enquanto faz uma fala para a câmera. A imagem é uma captura de vídeo de sua palestra

Por Mônica Barros
Em entrevista para o projeto “Mulheres de Luta” da Lascene Produções, Jurema Werneck - diretora da Anistia Internacional no Brasil - conversa a respeito dos efeitos do patriarcado e do racismo na desigualdade de renda que alimenta a pobreza na qual as mulheres negras estão inseridas, em contra partida que o homem branco ocupa o lugar privilegiado do mercado de trabalho. Jurema cita a invisibilidade do trabalho da mulher negra nas categorias de base, e a ausência de sua presença na política e em cargos empresariais, além das e as dificuldades enfrentadas por atrizes e jornalistas ao assumirem seus cargos. Confira o vídeo completo clicando aqui


Palavras-chaves: Mônica Barros, Jurema Werneck, mulheres negras, mercado de trabalho, interseccionalidade, feminismo

terça-feira, 26 de março de 2019

Um olhar sobre a segurança digital feminista



Fonte: (http://blogueirasnegras.org/guia/)
Decrição para cegos: Animação de duas mulheres usando a internet, a da esquerda pelo tablet e a da direita pelo computador. No centro da imagem temos as frases "autocuidado na rede", "curto e compartilho" e "para não deixar brechas para embuste, leia nosso guia."
Por Mônica Barros


     Desde que a chamada “explosão das redes sociais”, principalmente as imediatistas como Whatsapp, Snapchat e Instagram, aconteceram inúmeros casos de assédio virtual, difamação, exposição de fotos íntimas, entre outros tipos ataques direcionados às mulheres. A construção social de vulnerabilidade política e sobretudo moral das mulheres, faz com que nesses espaços estejamos sujeitas a diversos tipos de violência, inclusive as já naturalizadas no dia-a-dia.

     Ao mesmo tempo em ataques virtuais seguiram acontecendo, o movimento feminista ocupou a internet de diversas formas, criando espaços de acolhimento e propostas de combate a violência virtual contra a mulher. Recentemente a Universidade Livre Feminista, junto com o coletivo anarquista Maria Lab, SOS Corpo e apoio do Global Fund for Women, desenvolveram cursos e cartilhas de segurança digital feminista, com tutoriais e dicas de proteção contra ataques, comportamentos nas plataformas, e direcionamento para a articulação de redes de apoio virtual de fortalecimento de mulheres.


     A ação desenvolvida é de grande importância para o movimento feminista, após a assustadora onda de criminalização dos movimentos sociais e coletivos que defendem os direitos humanos. No Brasil a onda se intensificou em 2013 e tomou uma proporção maior após o golpe que retirou o poder da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016. O sendo o golpe foi a própria manifestação da cultura patriarcal na qual estamos inseridas, que persegue e desmoraliza mulheres que se empoderam e assumem posicionamento político.


     A oficina em João Pessoa aconteceu em outubro do ano passado (2018), com articulação do Cunhã Coletivo Feminista. A ação foi realizada durante uma tarde com roda de conversa e formação para mulheres que atuam na militância. As cartilhas e dicas compartilhadas na oficina, também estão disponíveis no site da Universidade Livre Feminista, e está disponível para download; além disso, no mesmo site, estão disponíveis cursos de formação feminista para todas gratuitamente.
  

Créditos: Cunhã Feminista
Descrição para cegos: Mulheres reunidas se abraçando em circulo.


     Em um momento de tensão política em que vivemos, é preciso articular redes de segurança e apoio entre mulheres, e priorizar o debate da segurança digital e adotar as práticas e comportamentos que venham nos fortalecer no campo virtual, para que as nossas pautas e direitos não sejam atingidos.

terça-feira, 19 de março de 2019

Mulheres (Trans)formadoras da política

Descrição para cegos: Alexya Salvador, Érica Malunguinho, Duda Salabert e Jaqueline Gomes. Mulheres transexuais que concorreram às eleições, pela primeira vez, na história da política brasileira em 2018. Foto: Divulgação



Por Mônica Barros
       O Brasil é um dos países que mais mata travestis e mulheres trans, em razão desse dado assustador, a sobrevivência e ocupação dos espaços sociais e de poder por esse grupo, é um importante fator de resistência e transformação do poder político.
       Em reportagem para a Ponte Jornalismo, Paloma Vasconcelos relata suas entrevistas com quatro mulheres trans, que foram candidatas nas eleições de 2018Alexya Salvador, Érica Malunguinho, Duda Salabert e Jaqueline Gomes; elas concorrem pela primeira vez a cargos de poder político, para falar de suas pautas e principais atuações no campo da educação e ativismo LGBTs.
       As entrevistadas se posicionaram sobre suas principais propostas de trabalho, trajetória de luta e resistência dentro da educação, e de como a vivência marginalizada e vulnerabilizada dos seus corpos ampliam sua perspectiva sobre as opressões reproduzidas pelo nosso sistema social.

Para acessar a reportagem completa da Ponte Jornalismo, clique aqui.