terça-feira, 15 de novembro de 2016

Mulher-Maravilha e a representatividade feminina


Descrição para cegos: desenho da Mulher-Maravilha sentada ao lado de uma menina, com a mão em sua cabeça.
Luan Alexandre

        A escolha da Mulher Maravilha para ser a embaixadora honorária das mulheres e meninas na ONU tem gerado debates. Primeiro, defende-se a tese de que o personagem é um símbolo da luta das mulheres por ter ganhado destaque em um mundo de quadrinhos e HQs dominados por homens.
        Durante muito tempo, heróis masculinos foram as figuras centrais nessa plataforma, e as mulheres eram apenas coadjuvantes das histórias: se não estavam esperando ser salvas pelos super-heróis, estavam em algum núcleo inferior da trama, cumprindo papel de suporte do protagonista.



Nesse cenário, a Mulher-Maravilha ganhou o seu próprio protagonismo ao longo do tempo com histórias focadas em sua personagem. Virou um símbolo das meninas que assistiam e liam DC Comics, que começaram a se ver representadas por um ícone feminino.
        Por outro lado, outras questões foram levantadas. Uma petição contou com mais de 2 mil assinaturas de pessoas que queriam a revogação da decisão de a heroína representar as mulheres na ONU. Para elas, é bastante falho colocar um personagem de desenho para representar pessoas reais: não há luta suficiente na personagem para isso, pois mulheres reais precisam de uma representante real.
Será que a questão de violência e desigualdade de gênero é tão utópica assim, para que a representante nessa luta seja um personagem que não existe na realidade?
        De acordo com um trecho da petição: "Uma mulher branca peituda de proporções impossíveis, seminua em um pequeno e justo macacão com uma bandeira americana" não é uma porta-voz apropriada para a igualdade de gênero.


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