sexta-feira, 17 de abril de 2015

Precisamos falar sobre o aborto

Descrição para cegos:Jean Wyllys e sua base aliada em abraçado coletivo
dentro do seu próprio gabinete. No fundo a bandeira do Brasil, uma estante
um mapa e uma pintura em tela.

Por Camila Albuquerque

“Precisamos tornar essa pauta uma política pública, independente de ser contra ou a favor da interrupção voluntária da gravidez indesejada", anunciou o deputado federal Jean Wyllys em sua conta no microblogTwitter, no dia 24 de março, ao apresentar o projeto de lei que estabelece a política pública para saúde sexual e regulamenta a interrupção da gravidez indesejada – este último, o polêmico aborto.
O projeto, chamado de PL 882/15, prevê a legalização do aborto até 12 semanas de gestação no Sistema Único de Saúde (SUS), se a mulher assim o quiser, e também prevê que o Ministério da Educação invista em medidas para educação sexual e reprodutiva, inclusive levando para a escola conversas sobre a prevenção de gravidez não desejada. O texto frisa ainda a promoção de “uma visão da sexualidade baseada na igualdade, com prevenção à violência de gênero”.

O principal argumento dos grupos que apoiam a legalização do aborto é o risco de morte das mulheres que decidem interromper a gravidez em clínicas não confiáveis, pela ingestão de medicamentos ou substâncias sem orientação médica. Tratar o aborto como uma questão de saúde pública e violência a um gênero é o caminho apresentado pelo projeto de lei e as principais interessadas no assunto, as mulheres que defendem a legalização.
Atualmente, a prática do aborto consta como crime contra a vida humana segundo o Código Penal Brasileiro, exceto em três casos: quando há risco de vida para a mulher causado pela gravidez, quando a gravidez é resultante de um estupro ou se o feto for anencefálico. Para as outras mulheres que interrompem a gravidez por questões que não se encaixam nos três casos, resta a detenção de um a três anos se provocar ou consentir que alguém provoque o aborto – se for descoberta.

No debate entre os que apoiam e os que desaprovam a legalização do procedimento, são discutidas desde as questões socioeconômicas das mulheres, quanto a autonomia delas sobre seu próprio corpo – e, consequentemente, até onde o estado pode interferir. Com a perspectiva de um projeto de lei mais elaborado sobre o assunto pronto para votação, as esperanças se concentram na disseminação de informações sobre a prática do aborto, desmistificando as notícias falsas e conquistando o apoio de mais mulheres a fim de pressionar as votações. 

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