segunda-feira, 30 de maio de 2016

Futebol é lugar da jornalista mulher?


Descrição para cegos: Foto exibe uma mulher de cabelos longos preso em "rabo de cavalo", assistindo à uma partida de futebol.

Por Gabriela Figueirôa

        Não tem como fugir dessa regra: se você é mulher e diz que gosta de futebol, provavelmente não vão te levar a sério. A situação fica ainda mais complicada para aquelas mulheres que invadem uma profissão dita masculina. As jornalistas esportivas sofrem diariamente com o machismo que impera no futebol, que vão desde flertes básicos até xingamentos, ameaças verbais e questionamentos diários do seu trabalho.

        A história que futebol é coisa de homem, infelizmente, ainda é uma ideia que predomina em nossa sociedade. Mulheres que se declaram amantes do esporte sofrem constantes preconceitos e questionamentos, daqueles que se acham os únicos donos dessa paixão nacional. 

sábado, 28 de maio de 2016

Nosso corpo nos pertence?


Descrição para cegos: imagem apresenta um printscreen de um vídeo do site Youtube,  do canal da Special K Canada, com mais cinco milhões de visualizações, uma mulher na academia é exibida ao lado de uma estatística que revela , traduzido do inglês, que 97% das mulheres tem um momento ''eu odeio o meu corpo''.

Cerca de 97% das mulheres odeiam os seus corpos em algum momento da vida. É essa a primeira informação do vídeo motivacional produzido pela marca de cereais Special K, dos Estados Unidos, e traduzido pelo grupo de ativismo feminista Empodere Duas Mulheres. O vídeo incentiva mulheres a amarem as suas próprias curvas – ou a ausência delas. Da mesma forma que precisamos amar nossos traços perfeitos, temos que amar também cada detalhe das nossas imperfeições. O vídeo nos convida a aceitarmos nossa imperfeita perfeição. O questionamento, portanto, é imediato: nosso corpo nos pertence? Ou ele é um simples produto da mídia? Não é fácil encarar o espelho todos os dias, mas ele pode refletir a força que adquirimos todos os dias ao enfrentar situações vexatórias. O corpo é meu!(Dani Fechine)

Veja o vídeo:

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Feminismo e interseccionalidade


Descrição para cegos: Imagem exibe um desenho de metade
 de um rosto de uma mulher de olhos fechados
 e com cabelo black power.
Por Vítor Nery

      Como causa social, o Feminismo se destrincha em várias vertentes, dentre elas as interseccionais. Kimberlé Crenshaw, estudiosa do assunto, definiu este conceito como “a visão de que as mulheres experimentam a opressão em configurações variadas e em diferentes graus de intensidade”.

Uma mulher branca, heterossexual e de classe média, por exemplo, sofre muito menos que uma negra e pobre, que, não bastasse o machismo, ainda lida com o preconceito de raça e classe social. A vertente interseccional que concilia a luta da mulher com a causa negra é o feminismo negro.

terça-feira, 24 de maio de 2016

O empoderamento também é pauta entre as índias


Descrição para cegos: foto mostra jovem mulher de cabelo solto e pinturas corporais vestindo trajes e adornos indígenas.

Um documentário dirigido por Glicéria Tupinambá e Cristiane Pankararu traz diversos depoimentos de mulheres indígenas sobre as dificuldades que elas têm de participar ativamente na luta pela igualdade de gênero e na conquista por um espaço na política. Intitulado Voz das Mulheres Indígenas, o documentário tem a participação de índias da Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas, que relatam a discriminação, o machismo e o preconceito que enfrentam diariamente dentro e fora da comunidade. Além disso, retrata o orgulho que sentem de ser uma mulher empoderada. O documentário é um simples olhar sobre essas mulheres que tantas vezes foram marginalizadas pela sociedade. Confira aqui. (Gabriela Figueirôa)

sábado, 21 de maio de 2016

Alunas da USP denunciam machismo na Psicologia



Descrição para cegos: imagem apresenta a hashtag "ele vai ser psicólogo" seguido pela frase "e tira sarro de mulheres que militam e fazem política". Logo abaixo há escrito Coletivo Aurora Furtado, acompanhado pela logomarca do mesmo.

As estudantes de Psicologia da USP lançaram, por meio do Coletivo Feminista Aurora Furtado, a iniciativa-denúncia "#elejáépsicólogo #elevaiserpsicólogo" no dia 11 de maio. Inspiradas em outras campanhas como "#MeuQueridoProfessor", as alunas fizeram várias publicações no Facebook do Coletivo descrevendo atitudes machistas de colegas de curso ou psicólogos já formados, que na contramão do ofício, aumentam ou promovem o sofrimento psíquico de muitas mulheres. Confira a ação aqui. (Vítor Nery)

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Por que os homens também precisam do feminismo?



Descrição para cegos: foto mostra várias pessoas em um local
 ao ar livre, com os braços levantados e de punhos cerrados.

Por Vítor Nery

Miscigenado, efervescente e diverso, o Brasil carrega um legado de transgressão de normas e padrões de comportamento, impulsionando diversos movimentos sociais nos últimos anos. Proporcionalmente, no entanto, uma forte onda reacionária vem ameaçando as conquistas sociais das minorias. No tocante às questões de gênero, a reação vem, em grande parte, de homens desacreditados, afirmando que o feminismo prega uma suposta supremacia das mulheres. Contudo, o empoderamento feminino é, na verdade, a melhor solução para que todos sejamos tratados de forma igualitária – inclusive, os homens.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Representatividade feminina nas prefeituras da Paraíba é tema de pesquisa


Descrição para cegos: imagem mostra uma mão com as unhas pintadas segurando uma caneta, em um papel escrito "eleição" e "vote", que está marcando um "X" em um desenho de um quadrado, localizado ao lado de um caricatura feminina, abaixo de outra caricatura, sendo esta representando a figura de um homem, seguida por outro quadrado vazio.

A professora Glória Rabay, do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação Sobre Mulher e a Relações de Sexo e Gênero da UFPB – Nipam, desenvolveu o estudo para analisar o perfil político partidário das prefeitas na Paraíba, de 2009 a 2016. Com uma representação de 20% nas prefeituras dos municípios paraibanos, o preconceito é um dos obstáculos que essas mulheres têm que enfrentar. Porém, as dificuldades encaradas no cenário político tendem a contribuir e incentivar o surgimento de novas protagonistas no poder público. Ouça a reportagem que produzi para o programa Espaço Experimental. Além de Glória Rabay, entrevistei a deputada estadual Estela Bezerra (PSB) e o sociólogo Flávio Lúcio Vieira. O Espaço Experimental vai ao ar todos os sábado, às 9h, na Rádio Tabajara AM (1.110 kHz).(Dani Fechine)

sábado, 14 de maio de 2016

Mulher na política, só se for à primeira-dama.


Descrição para cegos: Foto exibe homens sentados reunidos no Salão Oval,
bem iluminado, todos vestidos de trajes formais.

Por Gabriela Figueirôa

A posse do segundo mandato da presidenta Dilma Rousself foi emblemática. Ela apontava que o protagonismo na política também pertencia a nós mulheres. Em um carro aberto, Dilma, acompanhada da sua filha Paula, desfilaram sozinhas na Esplanada dos Ministérios. Não se viu ternos, gravatas e cabelos brancos, era a vez delas. Mas o que parecia ser um momento de protagonismo feminino, na última quinta feira, 12, se consolidou com uma nova cara. A misoginia se instaura definitivamente na política brasileira. A mulher, que antes estava na linha de frente, hoje se restringe apenas à posição de bela, recatada e do lar.
Dilma Rousself não é mais a chefe da nossa nação. Ela se foi e hoje é apenas uma presidenta afastada. No entanto, o afastamento não se restringiu apenas a ela. Os homens decidiram que o espaço na política volta a ser de exclusividade deles. Saímos juntas com a presidenta eleita. Nenhuma mulher foi nomeada ministra no novo governo do presidente interino, Michel Temer, e isso não acontecia desde a ditadura militar, com Ernesto Geisel (1974-1979)

domingo, 8 de maio de 2016

IV Colóquio de Questões de Gênero – com a professora Maria Eulina Carvalho


Descrição para cegos: foto mostra a professora Eulina e a câmera
filmando-a, com ela aparecendo no visor.

A professora Maria Eulina de Carvalho foi a convidada da turma de Jornalismo e Cidadania do curso de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba para o IV Colóquio de Questões de Gênero. O encontro aconteceu no dia 30 de março de 2016, e nele foram discutidos temas como a influência do patriarcado na sociedade, estratégias de combate à violência contra a mulher, sexualização de carreiras e feminismo negro, entre outros. Maria Eulina é mestre em Psicologia Educacional pela Universidade Estadual de Campinas, doutora pela Michigan State University, nos Estados Unidos, e pós-doutora pela Universidade de Valência, Espanha. É professora na pós-graduação em Educação na UFPB e pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação sobre Mulher e Relações de Gênero, o Nipam. A organização do colóquio foi de Dani Fechine, Gabriela Figueirôa e Vítor Nery.

Confira o colóquio da íntegra:



1 - Influência do patriarcado

A professora Maria Eulina fala sobre a dominação masculina na vida social e a relação de poder estabelecida pela sociedade patriarcal, que minimiza o papel da mulher.



quarta-feira, 4 de maio de 2016

O machismo nas entrelinhas


Descrição para cegos: imagem mostra o texto "Explicação Masculina do óbvio (Mansplaining)"
que expõe a definição do termo em inglês que aparece no título, que resumidamente se refere a
homens que tomam o local de fala das mulheres em variadas situações. 

A ideia geral de machismo como sistema de opressão da mulher (excluindo-se a associação equivocada do termo a um "comportamento masculino") é ligada apenas à violência verbal, corporal, sexual e subseviência. Porém, há gestos sutis no nosso cotidiano que sustentam essa opressão, restringindo a autonomia das mulheres sem que nos demos conta. A blogueira Cami Santos fez uma compilação desses comportamentos numa postagem. Confira aqui (Vítor Nery).

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Somos todas mulheres de verdade, deputado!

Descrição para cegos: imagem mostra print de duas matérias sobre Marcela Temer e Milena Teixeira, com as seguintes manchetes: "Marcela Temer: bela, recatada e do lar" e "Primeira-dama do turismo é retrato dos últimos dias do governo Dilma e do PT".

Por Gabriela Figueirôa

        Depois da desastrosa capa da revista IstoÉ, que retratava a presidenta Dilma Rousself como uma descontrolada que não seria capaz de conduzir o país, imaginei que a mídia brasileira daria um descanso nas pautas conservadoras sobre as mulheres. Quanta inocência da minha parte. Essas duas últimas semanas foram difíceis para nós mulheres, os meios de comunicação mostraram mais uma vez seu lado retrógrado e conservador.
        A revista Veja fez uma matéria com o perfil da mulher do vice-presidente da república, Michel Temer. No texto, ela retrata Marcela Temer como uma mulher “Bela, Recatada e do Lar” e Temer, como um cara de sorte, por ter a mulher ideal ao seu lado. As redes sociais questionaram imediatamente a matéria e ironizaram o tom tradicionalista do perfil idealizado para todas as mulheres.